MIBR: o que fazer com brnz4n, o GOAT de 18 anos

Pedro Pereira
4 min readFeb 16, 2022
brnz4n, a estrela da equipe de base que rapidamente “subiu” à equipe principal — Imagem: Reprodução/MIBR

MIBR e indecisão: uma dupla pra lá de conhecida no cenário de Counter Strike. Fato é que a equipe comprada pela Immortals Gaming Club passa por diversos problemas no que se diz respeito a seus elencos — dentro e fora do servidor — desde a reativação da marca em 2018. Desta vez, no entanto, não é a escassez de algo que está cutucando uma ferida. Por outro lado, é o excesso.

A polêmica em questão envolve um ponto extremamente crucial: o dilema entre Marcelo “chelo” e Breno “brnz4n”.

De um lado, está chelo: um jogador experiente, embora jovem no que se refere a idade, e um exímio rifler que, quando necessário, quebra um galho de AWP. Disputa campeonatos no cenário internacional desde 2017, quando ingressou à Luminosity Gaming liderada por Vinicius “PKL” e, desde que começou a fazer parte do MIBR, ocupa a posição de starplayer. Vale destacar que, apesar de as estatísticas não significarem tudo dentro de uma partida, chelo alcançou a média de 1.15 de rating 2.0 segundo a HLTV em 2021.

Do outro lado, está brnz4n: um jovem jogador da equipe academy do MIBR que agarrou as oportunidades que lhe foram dadas para mostrar que já passou de uma promessa e se tornou uma realidade. Popularizado de maneira figurada como GOAT (“greatest of all time” ou, em português, maior de todos os tempos) por Michel “mch” e Alexandre “Gaules”, tem como seu primeiro time profissional a equipe de base da tradicional organização de origem brasileira, de acordo com a Liquipedia.

A boa apresentação de brnz4n lhe rendeu grandes oportunidades — Imagem: Reprodução/HLTV

No ano passado, brnz4n já havia substituído tanto Ricardo “boltz” quanto o próprio chelo em torneios internacionais, até mesmo apresentando bons desempenhos contra as melhores equipes do mundo. Entretanto, não se compara com o que o jovem mostrou ao mundo nas duas competições disputadas em 2022.

Em 25 de janeiro deste ano, foi anunciado que chelo havia testado positivo para Covid-19 e brnz4n iria ocupar sua vaga novamente na BLAST Premier Spring Groups. De acordo com Alessandro “Apoka”, ex-coach do MIBR, no programa Donos da Bala, o jovem atleta soube de última hora de sua convocação para a equipe principal.

Mesmo que o MIBR tenha finalizado a competição fora da zona de classificação, o novato conseguiu fazer bons jogos contra grandes equipes. Na estreia, bateu na atual campeã de Major, Natus Vincere, terminando com um rating 2.0 de 1.56, e, mais adiante, atingiu um rating 2.0 de 1.24 mesmo não vencendo contra uma Astralis reformulada.

Para um time que estava tendo dificuldades de vencer em solo nacional, pode-se dizer que o saldo foi positivo.

Após bons resultados no primeiro campeonato do ano, o capitão Adriano “WOOD7” anunciou que o jovem também substituiria chelo na disputa do play-in da tradicional IEM Katowice. Independentemente do time ter amargado duas derrotas contra a dinamarquesa Astralis e a espanhola Movistar Riders, o novato acumulou mais experiência em seu currículo — ainda mais que o evento foi disputado presencialmente.

Agora, vem o questionamento: continuar com brnz4n ou voltar com chelo?

Elenco de Counter Strike do MIBR anunciado para 2022 — Imagem: Reprodução/MIBR

Manter chelo significa acreditar no projeto que a diretoria havia preparado para 2022. Recentemente, o jogador auxiliou o MIBR em um vice-campeonato da CBCS Finals, no Brasil, como também na classificação para a ESL Challenger League Season 40 da América do Norte. A noção de jogo de chelo não tem sequer um motivo para ser questionada: ele é um jogador incrível.

Continuar com brnz4n ainda é uma aposta. Ele já mostrou que possui a capacidade de trocar tiro contra as melhores equipes do mundo e tem muito a evoluir no cenário internacional, porém, assumindo a posição de titular na equipe, ele continuaria atuando sem pressão?

Até o momento, uma questão é clara: mesmo com pouca bagagem, brnz4n se mostrou maior que a equipe de base da organização. Ele precisa alçar novos voos, seja no MIBR principal ou em outra equipe brasileira de ponta.

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